O secretário nacional de Finanças da Juventude do PSB, Manoel Furtado Costa Neto, autor do pedido de intervenção nacional no diretório maranhense do partido, explicou ontem ao Blog do Gilberto Léda os motivos que o levaram a protocolar documento solicitando a troca do comando partidário socialista local.
Segundo ele, a atual cúpula da sigla tem agido para atender interesses de outras forças políticas, notadamente o PCdoB, de quem o PSB tem-se transformado numa “sublegenda”.
“As forças ligadas ao Governo do Estado dentro do PSB, para fazer um gesto para o governador, colocam o partido numa condição de sublegenda do PCdoB, para atender os interesses de outros partidos”, destacou.
Ele cita especificamente o caso da articulação pela filiação da deputada estadual Eliziane Gama (PPS). Quando já se sabia que ela sairia do Rede Sustentabilidade, o senador Roberto Rocha tentou levá-la ao PSB. Mas não obteve êxito.
Para o autor do pedido de intervenção, nesse momento o partido perdeu a oportunidade de ter em seus quadros uma candidata com chances reais de eleger-se prefeita de São Luís.
“O partido teve uma oportunidade efetiva de trazer para os seus quadros a deputada Eliziane Gama, que é a líder nas pesquisas. O senador Roberto Rocha convidou, a deputada queria vir e a direção estadual do partido impediu a vinda da deputada Eliziane Gama. Praticamente o PSB perdeu a chance de eleger a prefeita de São Luís”, argumentou.
Manoel Neto criticou, ainda, a leniência do comando socialista na negociação de espaços para o PSB no governo Flávio Dino. Na opinião dele, todos os membros do partido que ocupam ou ocuparam vagas no secretariado comunista o fizeram pela cota do próprio governador, sem indicação do PSB.
“O comando estadual do PSB é feito hoje por uma coalizão de forças ligada
umbilicalmente ao governador e que se dá por impedida de se colocar, enquanto PSB, no debate. Por exemplo: o Marcelo Tavares foi para a Casa Civil, não passou pelo colegiado partidário a indicação dele. O deputado Bira do Pindaré foi para a Secretaria Ciência e Tecnologia, não passou pelo colegiado partidário a indicação dele. O presidente da Caema, por exemplo, é filiado ao PSB, mas pouca gente sabe. Ou seja: não passa pelo PSB. A nossa interlocução é muito prejudicada no governo por conta disso”, avaliou.
Para concluir: “o presidente do partido, que lidera a coalizão de forças, é prefeito de Timon, e não tem um diálogo mais fluente com o governo porque o comandante do partido é prefeito de uma cidade importante, precisa se reeleger e, com vistas à reeleição e às possibilidades que o governo pode oferecer dentro da cidade dele, ele anula o PSB dentro desse processo. O partido não consegue defender a entrada dos seus quadros no Governo do Estado”.
O socialista defende o pedido de intervenção como a única forma eficaz de recolocar o PSB no debate político-eleitoral de São Luís, cidade considerada estratégica para os planos da sigla em 2018.
“A intervenção tem razões jurídicas, amparo estatutário, mas tem também uma razão política: é necessário que se troque o comando partidário no Maranhão para que se tenha condições de fato de recolocar o PSB no cenário, sob pena de ficarmos nos anos de 2016 e 2018 com quadros eleitoralmente viáveis sendo impedidos de disputar eleição, estando a serviço de outros partidos, de outras forças políticas, que não cumprem o interesse real do PSB”, finalizou.